Carreira

Schaeppi organizava eventos voltados ao público geek e nerd desde meados de 2003. Em 2013 fez sua primeira narração, em um desses eventos que organizava e apaixonou-se! Ao ser questionado se algum dia pensou em desistir da atual profissão, Tácio Schaeppi disse que não, porém se questiona algumas vezes o quão válida é sua entrega para um cenário que se mostra tão tóxico.

Fiquei bem triste com questões de cenário, desistir da minha profissão não, a tristeza que senti não foi em relação a profissão ou em relação a narração, pelo contrário, é uma parada que quero fazer para a vida inteira!

Inclusive, Schaeppi contou que no dia da entrevista (07/10), estava questionando com seus amigos mais próximos sobre a manutenção do PodCaster, por ser algo que demanda muito esforço, dedicação e investimento para um cenário que retribui tão pouco. Sendo assim, as vezes ele se sente frustrado por dedicar a vida ao game e não ter o mesmo carinho da comunidade de volta.

Questionamos Schaeppi sobre a lembrança mais forte e que em primeiro vem em sua mente quando se trata de “entender estar no caminho certo”, como resposta:

Quando fui contratado pela Riot! Afinal, comecei a narrar em Salvador, narrei a Go4LOL ainda morando lá, depois mudei para São Paulo para trabalhar na Agência X5, aonde todos os narradores e comentaristas da época trabalhavam, eu, Toboco, Tixinha, GSTV, Melão, todo mundo trabalhava lá. Quando cheguei era um ilustre desconhecido e os demais eram muito mais famosos do que eu, era um pinguinho começando! Cheguei no meio do ano de 2014 e no fim do ano a Riot fez um teste e fui um dos selecionados para realizar o teste.

Nessa época, Schaeppi conta ter duas certezas, se a fama fosse levada em conta, ele estaria fora, mas se fossem levar em conta o profissionalismo e potencial dos candidatos, ele seria um dos selecionados. Desde muito cedo, entregou-se a narração, estudou muito, sempre com uma fonoaudióloga acompanhando. Felizmente, a empresa prezava pelo mesmo que Tácio Schaeppi: qualidade, compromisso, profissionalismo, muito mais do que apenas fama.

Uma das maiores conquistas do nosso querido e mais mitológico caster do Brasil foi a realização do Mundial de League of Legends de 2016, presencialmente no Staples Center, disse ainda que foi a primeira e única vez em que uma equipe integral brasileira foi cobrir o mundial de maneira presencial.

Fui em um dos maiores templos do esporte do mundo, pois é a casa do  Los Angeles Lakers, é a casa do Los Angeles Kings, é a casa de vários times fodas de esportes tradicionais e naquele dia abrigou a final de um mundial de League of Legends que foi um evento lindíssimo. Para mim, a final mais disputada de todos tempos, com o melhor jogo de todos os tempos e eu estava lá, narrando de perto, foi a maior emoção que eu já tive na carreira até hoje.

Imagem: Riot Games/Reprodução

Quando questionado sobre essa narração marcante ser considera a sua melhor, Schaeppi foi muito sincero ao dizer que suas melhores narrações são sempre as últimas, pois é muito crítico com seu trabalho, sempre pensando em evoluir. Ainda segundo ele, sempre que olha uma narração passada, que na época parecia ter sido sensacional, atualmente parece “horrível”.

Essas narrações foram boas, foram momentos legais, foram grandes conquistas da minha vida, mas eu sei que as que fiz daquele dia pra frente vão ser sempre melhores e vão sempre evoluir! Existem narrações que são marcantes, por exemplo, essa do Mundial de 2016 teve uma carga emocional muito grande, ela foi marcante devido ao que ela significou, dá para sentir isso na minha voz, você sente uma emoção, uma conexão maior comigo naquele dia. Assim como a narração do MSI de 2017 aqui no Brasil.

Planos para o futuro

Segundo Schaeppi, ele ainda está no inicio da carreira como narrador e precisa dar muitos passos. Há muito o que evoluir tanto pessoal quanto profissionalmente! Mas ele planeja um “algo perfeito” e contou isso para gente, confere:

Conseguir diversificar a minha carreira. Eu amo League of Legends e quero narrar para sempre, se depender de mim! Mas ao mesmo tempo eu quero narrar outras coisas, sem deixar o League of Legends de lado. Então, qual seria o futuro perfeito? Seria continuar narrando LoL, mas de alguma maneira, conversar com a Riot e eles me permitirem fazer outros esportes não eletrônicos, mas esportes tradicionais. Por exemplo, CBLoL eu narraria fixo na Riot todo sábado e domingo, mas as segundas e quartas eu narraria NFL, para quem não conhece é o futebol americano.

Sobre demais planos, Schaeppi nos contou que se o Podcaster continuar existindo em 2021, terá um novo formato, novas pessoas compondo a bancada e um jeito novo de se comunicar com o público (fãs cruzem os dedos). Além disso, contou sobre um projeto engavetado a tempos com sua fonoaudióloga, relacionado a um WorkShop gratuito para mulheres que sonham em trabalhar como casters, não existe data definida, porém depois dessa pandemia, vamos torcer para que a Riot ou outras empresas se interessem e ajudem a desengavetar esse trabalho.

Dica para quem sonha com a profissão

Coragem não é ausência de medo, coragem é o fato de você ter medo e ter a condição e a vontade de superar o seu medo para fazer alguma coisa. Recomendo sempre fazer o que eu fiz quando comecei, crie sua oportunidade, crie o seu espaço, porque hoje em dia é sim mais difícil entrar no mundo da narração do que quando comecei!

Além disso, fala sobre criar seus próprios campeonatos, narre para si próprio, chame um amigo para fazer comentários com você, crie o seu estilo, não copie os narradores que já estão no mercado e bem sucedidos! Lembre-se também de dar passos pequenos, saiba de onde veio e para onde quer ir, essas são as dicas do nosso mitológico caster, Schaeppi.

Especial de Aniversário

Primeiramente, a equipe do YOU GO GIRLS gostaria de desejar um feliz e mitológico aniversário para você, Schaeppi! E alguns amigos também, é só clicar no link abaixo e ir se deliciar com as felicitações dos seus queridíssimos:

Venha conferir os Parabéns!

Continue acompanhando suas grandes inspirações no You Go Girls!