Foi entregue na última terça-feira, 24 de novembro, os Minions do Prêmio CBLOL 2020. O evento aconteceu virtualmente, mas ainda com muitas emoções.
Esse ano foi diferente de qualquer outro que já vivemos, não só dentro do cenário de League of Legends, como na nossa sociedade como um todo.
Acompanhamos campeonatos feitos de maneira inteiramente remota, jogadores competindo diretamente de gaming offices e gamins houses, até mesmo de suas próprias casas. Assistimos à final do Campeonato Brasileiro de LoL diferente de tudo que já vimos.
No topo de um prédio paulistano, em que a Ponte Estaiada ao fundo era a única espectadora. Sem gritos, sem torcida, sem nenhum som além da sala de vidro reservada para cada uma das organizações finalistas.
Esse contexto não deixou os jogadores menos motivados, arrisco dizer que até deu um gosto mais intenso. Cada vitória não era comemorada apenas pela partida, mas também por vencer todos os obstáculos impostos pela COVID-19.
Para nós, espectadores, deixou de ser só mais um campeonato para se tornar nossa companhia de isolamento. Motivo de conversas, animação, apostas e, sem dúvida, de novos laços.
Chegamos ao fim com muitas histórias inimagináveis, e o Prêmio CBLOL não seria diferente. Nós comentamos com vocês há algum tempo atrás sobre as indicações e agora vamos aos resultados!
Vem com a gente que te contamos tudo desse ano maluco que foi 2020.
Cerimônia do Prêmio CBLOL
Diferente do que sonhamos ao longo de tantos meses de pandemia, a vacina – ou milagre – não aconteceu. Mantemos o isolamento, dentro do possível de cada realidade, e festas ou eventos continuam acontecendo com o mínimo de pessoas e máximo de cuidados.
Salão cheio, mesas com equipes e convidados, comida, bebida e celebração? Nada disso. O que vimos foi uma cerimônia solene, o sabor agridoce de conquista e saudade do ‘antigo normal’.
Rafa Tomasi e Tixinha comandaram sozinhos toda a programação, sem máscaras mas com distanciamento. Não tivemos backstage, áudio aberto, retrospectiva de gritaria e comemoração no estúdio. Mas com certeza demos risada com os problemas de conexão.
De Gruntar invadindo a call do Depois do Nexus a Minerva aparecendo de samba canção no fundo da entrevista da Rafa com Drop, não dá nem pra imaginar tudo que a apresentadora viu e ouviu depois de tantas chamadas de vídeo.
Com poucas memórias gravadas das partidas, a cerimônia logo partiu para a entrega de prêmios. Três banquinhos posicionados com distância entre si, os jogadores entravam, sentavam em seus respectivos lugares, ouviam as indicações, o vencedor recebia seu prêmio, discursava e todos deixavam o palco.
Sem dúvida nenhuma, foi uma comemoração bem diferente esse ano. Ainda assim, cada um dos ganhadores teve a oportunidade de fazer seu discurso, alguns segurando o choro, outros rindo de nervoso, mas com certeza todos emocionados.
Ganhadores Prêmio CBLOL 2020
E nesse ano em que nada é como esperado, tivemos algumas reviravoltas nas premiações. Alguns jogadores aclamados passaram quase despercebidos, enquanto outros não tão tradicionais mostraram que chegaram para conquistar.
Melhor Topo:
- Francisco “fNb” (Prodigy)
- Leonardo “Robo” (paiN)
- Rodrigo “Tay” (INTZ)
Se fNb e capangas já era um apelido comum para o time do top laner, agora a brincadeira é inconstestável. Depois de um desempenho excelente e muitos elogios dos espectadores e casters, o menino de resiliência levou para casa esse merecido Minion.
Melhor caçador:
- Diogo “Shini” (INTZ)
- Gabriel “Revolta” (KaBuM)
- Marcos “Cariok” (paiN)
Mesmo com a final difícil da paiN Gaming, Cariok levou a melhor na categoria e ainda nos presenteou com um discurso que choveu humildade. Com agradecimento aos seus pais, famosos Mãeriok e Pairiok sempre presentes, não deixou de lembrar a honra que é confrontar Shini e Revolta, dois grandes jogadores.
Se você perdeu esse discurso de arrepiar, clique aqui e assista agora!
Melhor Suporte:
- André “esA” (paiN)
- Denilson “Ceos” (KaBuM)
- Ygor “RedBert” (INTZ)
Se alguém duvidava que o ‘RedBardo’ deu um show em Summoner’s Rift, aqui está a prova incontestável. Ao lado de dois jogadores com desempenhos louváveis, RedBert foi excepcional.
Não bastasse levar o prêmio para casa, Ygor aproveitou o momento do discurso para anunciar o novo time, em suas próprias palavras: “Mandar um recado para a nação, agora eu sou Mengão”. O suporte que levava a camisa dos Intrépidos desde 2018 agora faz parte da equipe do Flamengo.
Aposto que você não esperava esse spoiler.
Melhor Atirador:
- Felipe “brTT” (paiN)
- Ju “Bvoy” (Flamengo)
- Micael “micaO” (INTZ)
Sem dobradinha para brTT, o prêmio de melhor ADC de 2020 foi para o sul coreano Bvoy. Fato curioso é que o jogador não estava presente na cerimônia!
O ex-atirador da equipe do Flamengo já está de volta em seu país natal, mas deixou um vídeo pronto caso fosse o vencedor do prêmio. Na gravação, Bvoy agradece em coreano à torcida brasileira, mas conta que ainda não sabe se seguirá sua carreira por aqui.
Sim, é isso que você está pensando. Tanto brTT quanto micaO ficaram sentados em seus banquinhos aplaudindo o vencedor ausente. Mas, como sempre, o jogador da INTZ não perde o bom humor e nos presenteou com esse tweet singelo e objetivo, que descreve bem o sentimento dele e de seu adversário:
🤡
— micael (@micaOlol) November 24, 2020
Sem palavras para tamanha sabedoria.
Melhor Meio:
- Bruno “Envy” (INTZ)
- Kim “Rainbow” (Santos)
- Thiago “Tinowns” (paiN)
Amado e odiado pelo público, Tin levou a melhor na categoria. Uma vitória com o peso adicional de vencer seu adversário Envy, que teve grande responsabilidade no desempenho fraco do mid laner da paiN durante a final do CBLOL.
Se você chorou junto com a foto do Tinowns abraçado ao seu teclado pós o última derrota da Md5, pode respirar com alívio e uma novo imagem de recordação.
Melhor técnico:
- Alexander “Abaxial” (KaBuM)
- Lucas “Maestro” (INTZ)
- Rodrigo “Kalec” (Prodigy)
O famoso Maestro, que levou a INTZ à China foi para a casa com o Minion. Apesar de não serem rostos tão conhecidos pelos espectadores do campeonato brasileiro, muito se deve à equipe técnica pelo bom desempenho da equipe intrépida no CBLOL, e também pela vitória louvável contra a Team Liquid no Mundial de League of Legends.
Jogador revelação:
- Arthur “Tutsz” (KaBuM)
- Felipe “Bankai” (Flamengo)
- Luís “st1ng” (FURIA)
O mid laner de apenas 17 anos foi quem levantou o prêmio de revelação. Ainda que não tenha chegado na final do Campeonato Brasileiro, a KaBuM fez uma ótima campanha. Com alguns MVPs acumulados, Tutsz foi peça chave na conquistou da vaga nas eliminatórias com a tabela acirrada, deixando para trás times muito fortes, como Flamengo e Santos.
Melhor jogador do ano:
- Envy (INTZ)
- RedBert (INTZ)
- Tinowns (paiN)
Mais uma vez, se você sofreu junto com a paiN após a derrota na final do CBLOL, pode dormir com tranquilidade depois do prêmio de ontem.
Tin foi indicado junto com os dois dos principais arquitetos da sua grande infelicidade das últimas partidas do Campeonato Brasileiro, e ainda assim levou a melhor. Já diria o ditado: “Quem come quieto, come duas vezes”, será?
Craque da Galera:
- brTT (paiN)
- Goku (Flamengo)
- Tinowns (paiN)
Como disse Tixinha: “Prepara a mochila!”.
Se até 2020 Tinowns ainda não tinha recebido um título do Prêmio CBLOL, nesse ano as coisas foram bem diferentes. O mid laner ‘papou’ 3 Minions com muito orgulho, e detalhe, Tin desbancou seu parceiro de time, brTT, que até então estava invicto na categoria ‘Craque da Galera’ desde o início do Prêmio em 2017.
Melhor jogada do ano (categoria popular):
- Pentakill de Bankai (Flamengo)
- Pentakill de Matheus “dyNquedo” (Prodigy)
- Decreto de Rainbow (Santos)
Como comentamos, os jogadores estrangeiros já não estavam mais no Brasil. Então, você já pode imaginar como foi essa premiação.
O mid laner da antiga PRG entrou no estúdio sozinho, sem companhia de nenhum dos outros dois indicados. Nosso primeiro pensamento ao ver dyNquedo chegando desacompanhado foi: “Se ele não ganhar, vai ficar um clima estranho…”
Mas o pentakill do Sylas não tinha como perder essa. E ninguém melhor do que o próprio dyNquedo para explicar como foi ‘planejada’ essa jogada lindíssima.
Resumo
Uma coisa que é certa, durante esse ano aprendemos que estar pronto para mudanças é essencial. Seria impossível prever que ficaríamos quarentenados por quase um ano inteiro, ou o quanto isso afetaria todo o decorrer da competição brasileira de League of Legends. Mais do que se reinventar no jogo, foi preciso aprender a olhar para dentro, cuidar de si mesmo antes de querer entregar mais resultados.
Com dois homens negros ganhadores, jogadores tradicionalmente premiados que voltaram para casa de mãos vazias e tríplice coroa de um jogador que foi duramente comparado e criticado, o que podemos concluir é que, o CBLOL está dando alguns passos para fora da caixinha das antigas tradições. Passos ainda muito tímidos, mas isso é muito positivo para o meio competitivo, sem dúvida.
A equipe YouGoGirls parabeniza todos os jogadores por suas conquistas e esperamos que, em breve, algumas mulheres apareçam nessas indicações e vitórias para chacoalhar ainda mais esse cenário.
E é assim, com altos e baixos e muitos aprendizados, que encerramos mais um Campeonato Brasileiro de LoL.
Até ano que vem!
Nascida paulista e criada mineira, chamo corretivo de ‘branquinho’ e acredito que um copo de água e um pão de queijo não se nega a ninguém. Sou apaixonada por jogos desde que o Sonic Adventures era o único jogo que tinha pro meu Sega Dreamcast. Escrevo por profissão, hobbie e também para desembaralhar umas coisas na cabeça.
Adicionar comentário