No início de outubro comemoramos a vitória da INTZ no qualify do Girl Gamer Festival com um post aqui no site, onde as meninas garantiram a vaga para a final mundial em Dubai nos dias 12 e 14 de dezembro. Logo após, com essa motivação, buscamos a IGL do time, Cláudia “santininha” Santini, para conversar um pouco sobre a caminhada da INTZ, as dificuldades enfrentadas e as felicidades que as meninas viveram até a vitória.
Considerando os times que Santininha já tinha passado e sua familiaridade com a disputa no cenário, ela comenta que a competitividade aumentou tanto que acredita não existir mais um time top 1.
“Sem dúvidas, somos um exemplo que o cenário anda completamente competitivo. Éramos o time que as pessoas menos esperavam chegar em uma final para vaga do mundial, temos muitos times que estão na briga hoje competitivamente e não acredito que haja um top 1 mais. Eu acho que sobre treinos e campeonatos é um balanceamento, nós focamos muito em não jogar todos os campeonatos que aparecem para preparar o time antes, então acabamos jogando poucos campeonatos e a maioria de cunho com finais e semi na lan”.
A atual line-up da INTZ é relativamente recente, sendo formada em fevereiro deste ano, e que contou com a vinda oficial de Regiane “REGIANE” Santos e Camila “napeR” Naper agora em setembro, questionamos como foi a adaptação das meninas in-game e como aconteceu esse encaixe de sucesso.
“Nosso time tem muita vontade de crescer e isso eu posso dizer de todas, nada acontece da noite para o dia, porém quando você encontra 5 jogadoras que estão dispostas a se dedicar e a fazer tudo que tem que ser feito para chegar no topo, isso se torna mais fácil. Nós batemos muito com a cabeça na parede para acertar cada uma no seu lugar no time, e principalmente, nós mudamos muito o estilo de jogo e posicionamentos, mas -com- o tempo e muito treino tudo ficou ótimo”.
Após a vitória do qualify do Girl Gamer Festival em São Paulo, as meninas anunciaram um bootcamp na GH até dezembro.
“A intensidade já era grande antes do qualify da GG e isso não mudou, não apenas porque as players eram novas mas também porque tinha muito trabalho pela frente e o competitivo, em geral, está sempre mudando: meta muda, estilo de jogo muda, armas ficam mais fortes, outras ficam mais fracas, então você tem que estar sempre treinando e aprendendo coisas novas todos os dias. Sentamos no pc às 14 horas todos os dias e fazemos tático e aplicamos -o tático-. Depois pausamos para lanche e jogamos dm, então nós marcamos os treinos contra times e jogamos até as 23 horas”.
Acreditamos que o trabalho psicológico seja muito importante, e que em alguns momentos, possa se sobressair aos treinos. Para Santininha, esse é realmente um ponto-chave.
“Eu sempre acreditei que mais de 50% do jogo envolve psicológico, envolve você aceitar que nem sempre vai ser como você quer e nem sempre você vai ganhar e mesmo assim você precisa ter força de vontade para aprender todos os dias com isso, então nunca é fácil mas tivemos ajuda da psicóloga Nat que trabalha com a gente na INTZ e isso ajudou muito”.
O que realmente, então, a IGL do time acredita que levou as intrépidas à vitória do Girl Gamer Festival São Paulo?
“O conjunto da obra, dedicação de todas as jogadoras. Nós tínhamos muita vontade de vencer, mas ninguém ficou “apenas na vontade”. Nós perdíamos o sono”, lembra. “Nos escondemos dentro do jogo por 2 semanas sem ter 1 dia sequer de folga, tivemos muita preparação, então quando chegamos para jogar o campeonato nós até conversamos: “a gente fez TUDO que pode, a gente se preparou para isso, se for pra ser vai ser agora” e foi. Foi o primeiro qualify que foi feito em lan no Brasil para uma vaga no mundial e eu estava muito emocionada e aliviada, eu acho que felicidade e alívio tomaram conta de mim nos 2 dias de campeonatos, saber que você dar tudo de si importa sim e vale a pena”.
E então, Cláudia comenta sobre os próximos passos da INTZ. “Como vocês já sabem, estamos nos preparando muito para Dubai”. E adianta um spoiler: “Porém, antes disso talvez tenha um qualify da WESG no Brasil que dá a vaga para CHINA e esses são nossos objetivos de agora em diante”.
Sobre os treinos, ela comenta estarem com o mesmo foco do qualify que aconteceu em outubro: “Estamos na mesma pegada de treino que estávamos antes do GG e o mesmo foco. Em 2 meses, eu aprendi tanto e não vou me contentar com isso, eu quero aprender mais então aproveitar muito esse tempo juntas para conseguir alcançar todos os objetivos que nós todas temos”.
Após a entrevista, nossa ansiedade só aumenta para ver a INTZ em ação novamente. Ainda que vitoriosas, é nítida a sororidade que as meninas estão trazendo para o cenário novamente, sendo possível aprender com as meninas dentro e fora do jogo.
Deixamos nosso mais sincero obrigada pela disponibilidade da Cláudia. Respeito e admiração à ela e ao time. Boa sorte à INTZ na etapa mundial do Girl Gamer Festival e em todas as próximas oportunidades que as veremos jogar! #GoINTZ #JogoÉCoisaDeMenina
Formada em Química e redatora do You Go Girls, sou apaixonada por jogos desde antes de se entender por gente. Procuro mudar o mundo em tudo que faço, criar oportunidades para as mulheres e incentivá-las a serem o que elas quiserem.
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