Além de fazerem parte e lutar pelo cenário feminino gamer, muitas dessas mulheres também são mães! E é com prazer que nós, da You Go Girls, entrevistamos algumas mães incríveis para inspirar. Muitas delas foram crianças gamers, tiveram referências e hoje são mães que amam, cuidam, se preocupam, trabalham e passam esse amor pelos jogos adiante.
Gisele
Gisele Oliveira, além de estudante de psicologia é uma das nossas administradoras aqui da You Go Girls. Seu primeiro contato com os games foi por causa de um ex-namorado, que na época, jogava bastante CS e LOL. No início, ela não gostava muito pois ele passava o dia todo jogando, até o momento em que ela quis aprender a jogar e amou.
Durante a gravidez e depois do nascimento do Arthur, Gisele assistia aos campeonatos de LOL como válvula de escape. “O tempo ficou reduzido! Antes da gravidez conseguia ficar o dia (quase todo) jogando, acompanhando os campeonatos e torneios amadores e profissionais, participando de alguns sem precisar de um cronograma prévio de dia e horários! Com os filhos é um pouco mais difícil de lidar.” Diz Gisele.
Para ela os jogos hoje são um investimento, uma aventura e uma distração! Gisele apoia e incentiva o filhote desde joguinhos mais infantis, e não esquece de ensiná-lo que perder também faz parte! A construção dessa evolução é fantástica e ela espera ansiosa para jogar muitos outros jogos com ele!
Para as mães gamers aconselha: Respirar e acreditar. O cenário possui um número baixo de mulheres e menor ainda para mães mas a maternidade te dá uma força inigualável.
“O cenário gamer pode ser bastante tóxico, mas existem projetos de inclusão, como a própria YGG que cresce a cada dia ajudando as mulheres! Isso é tão bom e motivador! Filhos nunca serão impedimentos para nada nessa vida!”
No final da entrevista, pedimos para que elas deixassem um recadinho:
Quero desejar a todas mães um dia incrível, mesmo nessa quarentena. Que todas consigam aproveitar os pequenos ao máximo, pois as responsabilidades às vezes pesam e esquecemos que eles crescerão e não dependerão mais de nós… Não farão tanta questão da nossa companhia e talvez até sintam vergonha! rs
Se você que está lendo é filho, abrace sua mãe, beije-a e agradeça porque chegar aonde ela chegou foi com certeza uma trajetória linda e ela nem sequer cogitou desistir de você! A todas as mães aquele abraço silencioso (virtual rs) que diz tanta coisa… Feliz dia das mães!
Poulie
Paula “Poulie” Monteiro, é caster e nos contou que teve contato com os games desde bem novinha, com 6 aninhos já tinha contato com consoles e se apaixonou, ficava horas e horas atrás da TV jogando com seus irmãos.
A maternidade foi o que trouxe Poulie para o mundo dos games como profissão, em 2017, quando Laurinha tinha apenas 1 mês de vida decidiu fazer streams para ajudar no sustento da filhota. Os objetivos da vida mudaram, não é apenas um jogo, é uma carreira. Quanto às dificuldades, ela disse que depende muito da idade dos filhos, cada fase é um desafio novo.
Para o cenário, Poulie deseja que a nova geração seja melhor com o apoio e amor que receberem dos pais. E que mesmo com experiência no cenário sofre o preconceito por ser mãe: “muitos ficam com o hate de – vai cuidar da sua filha e sai do jogo ou vai trabalhar de verdade pra sustentar sua filha e não em um joguinho”.
No final aconselha: Confie em você mesma, é dificil mas nós mulheres somos chamadas de guerreiras e fortes por um motivo, e esse é o motivo: conseguimos o que queremos com nossa dedicação, força de vontade e fé, e você vai amar carregar seu filho pro mesmo mundo que você ama.
E deixa um recadinho fofo: Quero desejar um feliz dia das mães a todas as mamães gamers e as mães de gamers ♥
Babi
Bárbara “Babi” Micheletto, é caster/hoster da Gaules Tv, sua memória mais antiga é a galera toda reunida na garagem de casa jogando no super nintendo o famoso mario world. Há mais ou menos 7 anos Babi resolveu explorar a vida de streamer e gostou bastante. “Em 2018, quando percebi que era muito ruim pra jogar CS profissionalmente, escolheu outra parte do mundo competitivo, a narração, onde encontrei um amor incondicional. É legal ver que consigo passar toda emoção de uma partida pra quem está assistindo, isso é gratificante demais.”
Caíque, filho de Babi, tem menos de 2 aninhos e exige muito tempo, muita atenção. “Ele está na fase de aprender a falar, o que é certo e errado e precisa de mim.” Quando não está trabalhando seu tempo é dedicado totalmente a ele e quando o pequeno dorme, Babi consegue se dedicar à carreira de narradora que começou quando trocou o trabalho de personal trainer para ficar mais presente na vida do seu filho.“Tudo que faço é por ele, é a minha maior motivação, te amo Caíque!”. E agradece imensamente o apoio de sua mãe e seu noivo por cuidarem do seu tesouro quando ela precisa.
Babi menciona que eu foi bem aceita no meio do casting o que a deixa feliz, pois não era assim quando era jogadora. É muito grata pela compreensão com o fato de ser mãe e que isso nunca a impediu de realizar nenhum trabalho ou evento.
Para o cenário Babi espera que eles, principalmente os meninos, consigam respeitar as mulheres dentro do jogo pois infelizmente ainda hoje em 2020, há uma presença muito forte de machismo diariamente no eSports. Ela diz que educa Caíque pra que trate as mulheres com muito respeito, afinal, a mulher pode estar onde quiser e acrescenta: “acredito que futuramente as profissões no eSports estejam mais presentes ainda no mundo, mais valorizadas então bora gerar gente do bem pra cuidar dos nossos joguinhos!”
Babi comentou que é difícil, mas que não é impossível, continuar ou entrar no mundo dos games sendo mãe. Os filhos darão mais gás pra correr atrás com fidelidade do que deseja. Antes do Caíque, ela acostumava parar ou adiar planos, agora sente-se mais centrada e focada nos objetivos. “E ter um filho é ter um parceiro pra vida toda, a melhor coisa que já me aconteceu!”
No final da entrevista, pedimos para que elas deixassem um recadinho:
Obrigada pelo convite pra deixar um pouquinho da minha experiência como mamãe aqui, é sempre muito especial pra mim poder falar do meu filho! Obrigada Frank por sempre me dar suporte com nosso filho durante minhas viagens a trabalho. Obrigada meus pais também por estarem presentes quando preciso e sempre me dando total apoio nas minhas decisões. Um feliz dia das mães especial pra minha mamis Maria, e pra todas as mamães do eSports e do mundo! Somos guerreiras, somos fortes, somos mães! Pentabeijos *****;
Tia Raquel
Raquel, a Tia Raquel, ficou conhecida depois aparecer ativamente nas lives da Reeh, sua filha e caster de Cs na atualidade. Seu primeiro contato foi justamente com ela, enquanto jogava nos intervalos da escola.
Tia Raquel não trabalha com games mas é fã de carteirinha da Reeh e sempre deu muito apoio e tem bastante confiança na filha. Mãe de duas meninas, trabalhou em casa como costureira enquanto as meninas eram pequenas pois acompanhava o crescimento delas e sustentava a casa, quando elas ficaram mais velhas decidiu procurar um outro trabalho.
Como maior apoiadora da Reeh, ela é inspiração para as mães de gamers que sentem receio de apoiar os filhos nessa carreira e Tia Raquel deseja que sua filha possa levar boa influência para as próximas gerações. Como mulher comentou das dificuldades em nossa sociedade atual e afirma que como mãe sempre foi muito bem recebida por todos.
Tia Raquel, o que você diria para as mães gamers que tem dificuldade em conciliar a vida de mãe com os jogos?
“Tudo tem o seu tempo. Filhos não vem com manual de instrução. A gente vai se adaptando e aprendendo equilibrar as funções. Dedicação é a palavra chave para conseguir o sucesso.”
E deixa: “Como o preconceito das famílias em relação aos games ainda é grande, meu desejo é poder inspirar os pais a entender e apoiar os filhos em suas decisões, sempre orientando e participando da vida dos filhos. Quero desejar um dia especial e muito feliz a todas as mães que assumiram esse papel, sejam elas mães biológicas ou de coração. Um forte abraço!”
Misty
Patrícia “Misty”, desde pequena esteve em contato com os games dividindo consoles com meus irmãos e minha mãe.
A pro player de CS ainda não optou por trabalhar apenas com games. Sempre manteve outras atividades como primárias. Graduada em Publicidade e Propaganda em 2010, trabalha na área de EAD, em paralelo, teve vários times, desde 2012. Atualmente, não pensa mais em jogar profissionalmente, mas pretende continuar na área trabalhando em projetos mas mantendo seu trabalho atual. Ainda conta com o apoio e suporte de sua mãe nos cuidados com Nícolas, seu filho, que é super tranquilo e já está na escolhinha.
Misty conta que seu filhote já tem os jogos preferidos e que ele pediu pra ensiná-lo a jogar os preferidos dela também. Para o cenário na próxima geração ela espera que os pequenos sejam mais respeitosos e conscientes e para os que trabalharão em qualquer área do esports que sejam mais profissionais.
Quanto à ser mãe e gamer, Misty, já “perdeu” vaga em time porque uma das meninas não aprovava, alegando que eu teria pouco tempo para treinar, mesmo tendo o dobro de horas dela de jogo. Fora do universo gamer eu recebeu inúmeros olhares julgadores, pois apesar de ter 27 anos quando estava grávida, ela aparentava ser bem mais nova mas isso nunca a impediu de seguir em frente.
É grata por sempre ter o apoio da família, principalmente da mãe. E que a maternidade só a fez ter certeza do quanto é forte, realizada e que não teve que abrir mão de muita coisa e é muito feliz.
“Se você acha que consegue conciliar os games e a sua rotina de mãe, vá em frente! A gente é muito mais forte do que imagina.
Tudo é uma questão de planejamento, logo mais, você estará jogando junto do seu filhote.Ser mãe não é abrir mão de tudo, ser mãe é se permitir, é amar incondicionalmente mas sem perder o seu brilho próprio. Se pergunte se você gostaria que seu filho se tornasse alguém parecido com quem você é hoje. Sejam felizes, pois incríveis vocês já são! Feliz dia das mães! “
Amante de e-Sports e de obras cinematográficas. “O que fazemos na vida, ecoa para a eternidade” O que você quer deixar para o mundo?
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