Três vezes campeã, paiN Gaming leva a taça da primeira etapa da Ignis Cup 2024.
Arquibancada lotada, torcida em peso e farpas para todos os lados: esse era o cenário na Arena CBLOL no último sábado, dia 25 de maio.
A Ignis Cup, torneio inclusivo oficial da Riot, acontece em 3 etapas com 6 qualificatórias ao longo do ano e tem como principal objetivo dar espaço para novos rostos além das figurinhas já conhecidas nos torneios.
Nova final, mesmos times
A história entre paiN e Rise não é de hoje, as equipes já se enfrentaram em outras finais, etapas classificatórias e até mesmo com integrantes que já estiveram dos dois lados da disputa: Vidal e Rahkys hoje vestem o uniforme preto mas também já passaram pela camisa azul.
Uma disputa aquecida pela rivalidade, sangue a flor da pele e muita vontade de levar a medalha pra casa.
Uma MD5 a ser lembrada
O confronto da final acontece no formato Melhor de 5 (Md5), mas não foram necessários 5 jogos para consagrar o time campeão.
Conhecida como ponto forte da Rise, a bot lane composta por Yato e Winzi fez um jogo clean, com FirstBlood para Jinx que não parou de escalar e finalizou a partida com 9 kills e 7 assists. Os mais de 23k de dano da atiradora só foram possíveis graças ao trabalho da Lawl, que levou MVP com seu Xin Zhao decisivo na jungle.
Clima de concentração, torcida das tradicionais um pouco mais quieta que o normal e sentimento de que o resultado daquele dia ainda era imprevisível.
O segundo game, o mais longo da série, trouxe 45 minutos de muita alternância entre quem dominaria Summoner’s Rift.
Entre um toma lá da cá entre Rise e paiN, a luta final antes do dragão ancião é das tradicionais, que empata a série. MVP pra Vidal e suas ults decisivas de Gnar que não varreram o chão em nenhum momento!=
No jogo 3 o equilíbrio entre as equipes aos poucos vai diminuindo, dando pra dominância preta e branca.
Se o Olaf da Arima assusta com sua recuperação de vida inacreditável, o Skarner da Vidal assusta ainda mais e é o game changer da partida. A top laner acumula mais um MVP e leva o time da paiN Gaming para o 2×1.
Quarto jogo e confiança total no time das tracionais, jogo mais rápido da série e novamente é ela quem faz a diferença: Vidal leva o 3º MVP, a medalha e taça.
A vitória da etapa 1 da Ignis Cup 2024 vai para a tradicional paiN, num 3×1 disputado, mas sem surpresas.
O que virou o jogo da paiN para a Ignis Cup 2024?
A postura das jogadoras fala por si e, quando questionadas sobre o que fez a diferença para que alcançassem mais título há um consenso: trabalhar juntas, presencialmente, com apoio da equipe técnica e por último mas não menos importante, o apoio de Titan, atirador da paiN no CBLOL.
Nallari, mid laner da paiN Ignis, diz, sem meias palavras, que a chegada do jogador na paiN não mudou somente o jeito de jogarem no CBLOL, mudou a nossa forma de pensar, a ser mais agressivo, entender o jogo.
O ADC acompanhou a trajetória da line, estava presente na grande final apoiando e foi muito agradecido ao longo de toda a entrevista. Sentado no cantinho da Arena CBLOL, assistindo a entrevista, ouve-se ao fundo seu orgulhoso comentário após tantos elogios: “Assim elas vão me fazer chorar!”.
Entre as adversidades e o resultado mais do que positivo, Juhny finaliza: “Se tivesse acontecido de outro jeito, talvez não teria dado certo.”
Além das adições, também há saídas da paiN Ignis
Se algumas mudanças foram esperadas e decididamente positivas para os tradicionais, outras poderiam trazer um cenário instabilidade e incerteza. A saída de Djoko, coach do time inclusivo, aconteceu de forma oficial há pouco menos de 10 dias, logo antes da grande final do campeonato.
Sarkis reconhece a importância do ex-treinador para a etapa 1 da Ignis Cup 2024 e também para o resultado do Academy, mas não poderia deixar o ritmo cair. Com ajuda de BP, se dividindo entre as line-ups, os dois técnicos conseguiram manter o legado e transformar um início conturbado em mais um troféu.
Questionados sobre o porquê de outros times que estão no CBLOL e CBLOL Academy não marcarem presença na Ignis Cup, Sarkis especula que a falta de incentivo financeiro faz com que os olhos não sejam tão direcionados para o torneio.
O futuro do cenário inclusivo
Um jornalista pergunta sobre o futuro, as expectativas das jogadoras e seus próximos passos. Luna, com sua confiança de quem conquista o 3º título, responde sem pestanejar:
Eu vou jogar o Academy, não sei quando, mas eu vou. – Luna, suporte da paiN Ignis
Já Rahkys tem uma perspectiva diferente. A atiradora, com muita maturidade, afirma que ainda quer se desenvolver mais dentro da copa inclusiva antes de explorar novos horizontes.
Profissionalismo e responsabilidade pairam entre as integrantes da line. Sentimento de dever cumprido com certeza, mas com a certeza de que ainda há um longo caminho a ser percorrido na busca incessante por igualdade dentro dos esports.
A top laner, Vidal, que levou os 3 MVPs em 3 jogos, dá um conselho para qualquer pessoa que sonhe em conquistar seu lugar num cenário com poucas oportunidades para quem não se enquadra dentro dos ‘padrões’:
Eu errei muito em sempre querer aprovação, apenas seja feliz e se esforce. Sempre vai ter ódio, só faça o seu melhor. – Vidal, top laner da paiN Ignis
A etapa 1 da Ignis Cup 2024 traz muito mais do que um campeonato, uma lição, um incentivo, uma força que às vezes se esconde mas continua presente. A busca por um lugar para ter oportunidade de jogar e ser reconhecido por isso, independente do preconceito e das intolerância segue viva no League of Legends Brasil e tem tudo pra continuar se expandido cada vez mais.
Nos vemos na próxima e continue de olho no You Go Plus para não perder nenhuma novidade.
Nascida paulista e criada mineira, chamo corretivo de ‘branquinho’ e acredito que um copo de água e um pão de queijo não se nega a ninguém. Sou apaixonada por jogos desde que o Sonic Adventures era o único jogo que tinha pro meu Sega Dreamcast. Escrevo por profissão, hobbie e também para desembaralhar umas coisas na cabeça.
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