Em pleno século 21 as mulheres ainda sofrem com a bolha criada no universo gamer, no qual alguns pensam que os jogos foram feitos apenas para homens, o que não é verdade. O projeto Gilrs Arena surge no meio desse embate para mostrar que as mulheres podem sim ser o que elas quiserem, inclusive gamer.
Desde o surgimento dos computadores e dos games, os dois são vistos como “coisa de menino”, mesmo que ambos os sexos tenham interesse nisso. Apesar de todo o machismo, são as mulheres que dominam no consumo de jogos eletrônicos (69,8%), de acordo com a 7ª edição da Pesquisa Game Brasil (PGB).
Conversamos com o Gabriel, mais conhecido como “Geralmente”, um dos idealizadores do projeto Girls Arena. Focado incialmente no cenário de Legue of Legends, o projeto é feito para desenvolver mulheres no cenário de eSports, de forma gratuita. Qualquer um que se identifique como mulher pode acessar e utilizar, contando com o apoio de profissionais do cenário para evoluir e se experimentar a partir de atividades semanais.
Essas atividades sempre ocorrem no canal do Discord do projeto e permanecem gravadas. Em breve a plataforma será centralizada no site, com videoaulas, encontros, guias e testes teóricos. O que você quer ser? Jogadora? Caster? Organizadora de campeonato? Trabalhar com a parte de advocacia, psicologia? Não importa qual o caminho que deseja seguir, o projeto auxilia disponibilizado profissionais do cenário para dar assessoria teórica, prática e psicológica. Inclusive, duas meninas do projeto que estudam psicologia estão auxiliando no apoio psicológico.
A ideia do Girls Arena surgiu por acaso, de uma reunião em conjunto com Maicol “Tiguito” para montar uma empresa, a ideia se transformou. “Sabe quando a conversa vai para outros rumos? Acabamos falando da necessidade de projetos sociais e da questão da visibilidade feminina no cenário de eSports e desistimos da primeira ideia”, comentou. Incentivado por pautas sociais, Maiocol ficou muito animado com o projeto e topou na hora.
A importância de um olhar visionário no cenário feminino, é muito essencial para que as empresas e as próprias mulheres reconheçam o potencial que existe. Gabriel não caiu de paraquedas nesse cenário, ele trabalha com o público feminino há alguns anos, inclusive, treina times no servidor BR e no EUW.
“As meninas sempre foram muito empenhadas e receptivas aos treinos e eu criei um carinho especial pelo público feminino.”
As mulheres estão começando a garantir seu espaço no cenário gamer e inspirando as outras para continuar jogando. A sonoridade está cada dia mais presente, o Girls Arena dá essa oportunidade de aprender, treinar e se experimentar.
Muitas meninas têm dificuldade de conquistar vagas em times ou não se acham capazes nem mesmo de tentar e esse treinamento que o projeto oferece, facilita isso. Empodera, gera autoconfiança, as meninas se apoiam e isso eleva a autoestima das jogadoras, mostrando que elas realmente podem fazer tudo. “Acredito que um espaço onde você pode trocar experiências, aprender e conhecer outras pessoas aumenta a confiança tanto individualmente quanto sobre outras pessoas em relação ao cenário feminino”, diz.
“Eu espero que elas possam encontrar no Girls’ Arena o caminho para os sonhos delas.”
Girls Arena já começa a apresentar seus frutos, com diversos relatos. “Várias meninas nos relatam que subiram de elo de maneira significativa e também já linkamos mais de 50 meninas a oportunidades, seja de coach, jogadora, criadora de conteúdo, etc”, explica Gabriel.
A principal dificuldade que o projeto apresenta atualmente, é conseguir se manter de pé por ser totalmente gratuito. Gabriel comenta que é um desafio e todos os dias precisam se reinventar e se adaptar como dá, mas não desistem e o esperado é que as meninas também não. “Não desista. Supere todas adversidades. Aprenda de todas as fontes, crie relações boas e sonhe alto. Só depende de vocês”, finaliza.
Para quem se interessou pelo projeto e quer contribuir de alguma forma, é só enviar uma DM pelo Twitter do Girls Arena. Também por lá, você pode se inscrever e fazer parte do projeto.
Não há limite de vagas e nem elo, o objetivo é realmente ajudar no desenvolvimento de cada uma.
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