Esse texto será um pouco diferente de todos os outros aqui do site. Sempre trazemos notícias e novidades, sempre de forma imparcial da melhor maneira possível, mas hoje senti a necessidade de fazer esse pequeno desabafo.
O Girl Gamer Festival é um evento que promove a competitividade no cenário feminino nos jogos de CS:GO e League of Legends, é a sua terceira edição, com qualificatórias em MAdrid, Sydney, Seoul e São Paulo (sendo sua primeira edição no Brasil), os times vencedores disputariam a grande final do Mundial em Dubai.
Desde 2019, nas qualificatórias brasileira, o Girl Gamer, que foi produzido aqui pela BBL, se mostrou bem confuso, com pouca informação e quase nada de divulgação. Quando bem perto da final da qualificatória, que seria presencial nos estúdios da BBL, o público com muitas dúvidas não conseguiam suas respostas, nós do YGG tentamos ao máximo informar aqueles que estavam a procura de respostas, mas até para gente não foi fácil encontrar todas as informações.
Feito isso, as finais em Dubai que aconteceriam em dezembro de 2019, foram adiadas para fevereiro de 2020, o que já pode ser considerado, levando tudo em consideração, uma falta de planejamento. Bom finalmente chegou a data marcada, e até um dia antes do eventos não tínhamos as chaves, horários e nenhuma informação do evento. E acompanhando as jogadoras pelas redes sociais e as do evento também, percebemos que muito das estruturas ainda não estavam prontas, as máquinas que as meninas iriam jogar não estavam montadas e o que não permitia que as mesmas não pudessem configurar-las.
Muito atraso do pouco que informação de tivemos dos jogos, e quase nada de posicionamento do evento. Todos só se informavam pelas jogadoras e as mesmas não tinham muito mais do que nós. Adiaram jogos e ao chegar no horário previsto, tivemos mais de 4 horas de atraso, todos acordados desde muito cedo esperando e nenhum posicionamento, jogadoras esperando por horas que terem que voltar novamente para o quarto, recebendo as notícias em cima da hora, no último caso as jogadoras de CS:GO teriam menos de 4 horas para descansar até o próximo jogo.
Após muita pressão, o posicionamento foi de que o sol estava muito forte e pasmem, o palco estava montado de frente pro sol. Agora uma pergunta muito frequente que se passa na minha cabeça é: Como se planeja um evento por meses e não se conhece o clima da região em que ele vai acontecer? Isso não o suficiente para perceber o pouco caso e falta de organização da empresa?
Sabemos que o cenário feminino é escasso de campeonato e pouco experiente, mas ainda assim não significa que somos obrigadas a aceitar qualquer coisa que nos dão e que temos que ficar gratas por isso, por medo de perder o pouco de apoio que temos. Cabe a nós reivindicar pelo minimo profissionalismo e comprometimento. É desumano o descaso com as jogadoras e com o público que fica esperando por horas sem informação.
E quando jogaram a condições não melhoraram, sol no rosto atrapalhando a visão, pedindo pause porque não enxergavam a tela, mais de 120 de ping por que o evento não tinha um servidor dedicado. É preciso entender, para aqueles que acham que temos que ser gratas ou vamos perder o pouco que temos que: Isso é um crítica, pesada, mas é, temos que absorver o que é construtivo e melhorar para o próximo ano. Nós ainda acreditamos no Girl Gamer e em todos os outros, mas temos que ser coerente e profissionais para reconhecer os erros e entender que merecemos ser tratadas com dignidade.
Por que dentro do cenário feminino tem mulheres que acreditam nisso e querem crescer, então não é só para você e a sua marcar ganhar a simpatia do público que apoia e ganhar seu dinheiro em cima disso, pense antes que existem pessoas lutando pelo seu sonho alí.
Fundadora do You Go Girls, apaixonada pela cultura pop/geek e games. Sempre ouvi das pessoas que jogos, vídeo games e afins eram coisas de menino e que por muito tempo acreditei, hoje busco aumentar mais a participação das mulheres nesse cenário, incentivando mais e criando oportunidades.
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