Lahgolas, Maria Fogueta e Ravena Dutra: as vozes que conquistaram espaço no CBLOL Academy. Conheça essas profissionais incríveis e que trazem cada vez mais representatividade para as mulheres o cenário competitivo.
Neste mês de março, comemoramos o Dia Internacional da Mulher, e é comum receber ‘parabéns’, ganhar flores e chocolates. Mas, muito melhor do que isso, é valorizar o trabalho das profissionais que batalham muito para conquistar um espaço no mercado de trabalho, principalmente quando falamos do cenário de games e esports.
As casters Lahgolas, Maria Fogueta e Ravena Dutra conversaram com o You Go Girls sobre como está sendo essa nova fase da carreira delas. Separamos aqui alguns dos momentos mais impactantes desse papo com as meninas, mas você também pode conferir a entrevista na íntegra aqui:
Representatividade feminina no CBLOL
Um dos pontos que as meninas mais comentaram durante nosso papo foi a da importância de abrir portas para que outras mulheres também possam conquistar seu espaço. A Maria Fogueta, ou Maju como também é chamada pelos amigos, foi uma das que mais sentiu a mudança no cenário:
“Uma coisa que eu percebi muito depois da nossa entrada foram muitas meninas torcedoras aparecendo em publicações da Riot e nossas, e não só aparecendo só pra mandar uma #, elas aparecem pra falar, pra comentar a análise.”
Quando uma consegue alcançar posição de visibilidade serve como inspiração e motivação. Se torna um lembrete diário de que é possível realizar seus próprios sonhos, mesmo com todos os obstáculos e entraves que sabemos que existem na comunidade.
O apoio entre as mulheres do CBLOL
Mais do que dar esse primeiro passo e trabalhar para ‘puxar’ as demais garotas que sonham em trabalhar com esports, as casters também reforçam a diferença que faz terem uma a outra para se apoiar.
Durante todo nosso papo ficou evidente a confiança e o suporte que existe dentro da ‘tríade’ feminina do CBLOL Academy. Que se traduz na fala da Lahgolas:
“Algo que eu sempre tive em mente foi de tentar ajudar as pessoas que trabalhavam comigo, seja passando algum feedback ou ajudando de alguma forma. É assim que nosso cenário cresce e se fortalece, não é passando por cima de todo mundo. A gente aceita o feedback, as críticas construtivas e vai melhorando o nosso trabalho.”
E a Fogueta, sua parceira e dupla de narração desde outros tempos, completa: “Eu ainda não ouvi seus áudios, mas vou ouvir!”.
Entre elas a confiança é mútua, o feedback é contínuo e a vontade de se desenvolverem juntas é justamente o que fortalece o trabalho e dá a leveza tão elogiada nas narrações do Academy.
Mas, e a rivalidade feminina?
Em contrapartida com a parceria que existe entre as casters, existe um reforço de ‘rixas’ por parte dos espectadores de League of Legends. Como disse a Maju:
“A rivalidade é feita para fazer esse ataque velado, minar a gente de alguma forma, de alguma coisa, mas usando a referência da outra”
No caso da Ravena essa experiência de lidar com as comparações como forma de diminuir o trabalho de uma ou da outra, já são conhecidas. Quando começou a participar do Depois do Nexus, junto com a Letícia Motta, a rivalidade entre as duas, que na prática nunca existiu, era sempre fomentada pela comunidade.
Desconhecimento técnico: de quem?
Quando falamos das críticas recebidas pelas meninas do cenário não é incomum ler comentários contestando a fala das casters. E é claro que todo profissional, independente de qual seja sua área de trabalho, está sujeito a erros e deve ouvir feedbacks para aprender com eles.
Entretanto, nem sempre as mensagens direcionadas às mulheres do CBLOL Academy são construtivas, ou até minimamente embasadas de conhecimento técnico. Como conta Ravena:
“Antes mesmo do campeonato começar, o que eu recebi de mensagens das pessoas… Teve um cara me marcando na publicação de quando divulgaram falando: ‘é que eu não gosto da narração da Ravena’.”
O CBLOL nem havia começado e a caster já estava recebendo críticas por um trabalho que, além de não ter sido mostrado ainda, ela nem exerce. Ravena não é narradora, mas sim comentarista e analista. Seria como criticar um jungler por não fazer um bom trabalho de suporte.
O preconceito com o trabalho feminino dentro do cenário por vezes chega a ultrapassar o bom senso, e até quando fazem trabalhos completamente diferentes, são comparadas com outras pessoas.
Admiração e responsabilidade
E, mesmo com a comunidade majoritariamente masculina e repleta de situações tóxicas e abusivas, a ‘bancada das meninas’ é praticamente um marco histórico para o Campeonato Brasileiro de League of Legends. Motivo de muito orgulho, admiração e, também, de bastante responsabilidade.
Como diria Tio Ben: ‘Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades.’
Cada uma das casters olha pra sua posição de privilégio dentro do cenário competitivo com muito amor e seriedade. As três fizeram questão sempre de deixar claro o quanto estão trabalhando para, em breve, compartilhar o sonho de trabalhar na Riot com muito mais mulheres.
Eu fico toda boba, porque tem muita gente que chega na minha DM dizendo que tá gostando muito do meu trabalho e das meninas, que tá curtindo muito essa iniciativa da Riot […] São coisas como essa que me deixam muito feliz […] e isso é motivador. É uma responsabilidade, é até uma responsabilidade boa.
– Lahgolas
Eu quero muito usar meu trabalho pra fomentar o cenário feminino de LOL. Isso acontece no Valorant e o que eu puder fazer pra acontecer como aconteceu lá, eu vou fazer! […] Não que seja ruim a gente comemorar 5 mulheres (as 5 jogadoras do Academy), mas que a gente não precise comemorar porque não vai ser mais algo raro, vai ser comum.
– Fogueta
O conselho que eu dou pras meninas que tão buscando seguir a carreira é serem resilientes. Eu tive um bom tempo de carreira, cheguei a duvidar de mim, mas não duvide. É uma carreira que vai levar um certo tempo pra se desenvolver, procurem pessoas para dar feedbacks, eu tô sempre disponível!
– Ravena
Quais são os próximos passos?
Quando perguntamos sobre os sonhos profissionais das meninas, as respostas foram praticamente unânimes: chegar no cenário internacional. Entrevistar jogadores estrangeiros, comentar o Mundial, viajar para fora do país a trabalho, o pacote completo.
Não é só o sonho de vocês, é também o nosso! De ver nossas casters brilhando dentro e fora do nosso CBLOL.
Obrigada meninas, por compartilharem e fazerem tanto pelo nosso cenário!
Onde e quando assistir as casters do CBLOL Academy
Você pode assistir a narração, comentários e análises da Lahgolas, Maria Fogueta e Ravena todas às terças e quartas, a partir das 17 horas. A transmissão acontece no canal do YouTube e na Twitch do CBLOL.
Nascida paulista e criada mineira, chamo corretivo de ‘branquinho’ e acredito que um copo de água e um pão de queijo não se nega a ninguém. Sou apaixonada por jogos desde que o Sonic Adventures era o único jogo que tinha pro meu Sega Dreamcast. Escrevo por profissão, hobbie e também para desembaralhar umas coisas na cabeça.
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