É por meio de registros que contamos histórias e nos disponibilizamos a compreender um pouco mais sobre outros pontos de vista. E, é isso que queremos fazer com esse relato de viver uma final do BR6 ao vivo!
O meu “eu” torcedora de R6
Sempre gostei muito de acompanhar esportes, influenciada e muito por um pai (ouvinte assíduo, de programas de esportes no rádio). Vivenciei poucos momentos vibrando nos estádios, mas o amor pelo esporte continua a florescer.
No começo do ano passado, acabei me reconectando com o mundo gamer, voltei a jogar e até me aventurei, escrevendo textos sobre algumas transmissões e sobre alguns acontecimentos marcantes dos eSports.
Talvez, essa reaproximação não tenha sido no momento mais propício, devido à pandemia. Contudo, foi um momento de experienciar outras coisas, para além da monotonia do dia a dia – de alguém que vivenciou intensamente o isolamento.
Rainbow Six no meu 2021
Foi através das telas, que me deparei com as transmissões de Rainbow Six Siege. Comecei a acompanhar o Campeonato Brasileirão. E vibrei muito, quando presenciei (virtualmente) uma mulher jogar, pela primeira vez, este campeonato.
Também, fiquei extremamente realizada com as inúmeras vitórias brasileiras nos campeonatos, Six Invitational, Six Major e Copa Elite Six.
Assim como, pude apoiar, desde o início, o Circuito Feminino e suas etapas. Foi gratificante compreender um pouco mais sobre o cenário feminino.
Tanto que, acabei conhecendo o projeto GirlsOnSix, que até tive a oportunidade de auxiliá-lo em sua segunda edição da Copa GirlsOnSix.
“NIPID” ao vivo
Foto: Acervo pessoal
Final de novembro, foi divulgado nas redes sociais que a final do Brasileirão seria presencial, lá na Max Arena no dia 04 de dezembro.
O esboço do campeonato já estava quase pronto, somente faltava decidir quais seriam os times a disputar a grande final.
Confesso que gostaria de assistir o clássico, Ninjas In Pyjamas contra Team Liquid, “NIPID”. Pois, foi algo que me marcou muito, e esse confronto tem muita história e muita bala. Estava na torcida para presenciar o remake da final do Invitational 2021.
Me arrisquei e comprei o ingresso. Aquilo mexeu comigo, enxerguei como uma oportunidade de sentir aquela diferença de ares, que todos comentavam.
E no final das contas, como eu tanto esperava, deu NIPID!
Contudo, o desfecho foi algo inesperado por muitos… A equipe vencedora foi a cavalaria, com o placar de 3×1.
Foto: Acervo pessoal
Final BR6 – impressões e percepções
O último confronto do Brasileirão foi demasiadamente intenso. As luzes dançavam junto à torcida, nos convidando a realmente sentir o jogo e suas particularidades na pele.
Foi uma experiência multissensorial única e estimulante ao extremo.
A entrada dos jogadores foi épica, as torcidas cresceram e mostraram suas presenças. Era nítido que o dia seria reservado para grandes emoções.
Os clutches foram eletrizantes, até parecia que nós, que assistíamos com o coração na mão, teríamos que dar a última bala e correr para a vitória.
Para além do jogo, pude me deparar com casters, managers e jogadores, desde a fila até no evento em si.
Tudo isso com direito até a um reencontro com um amigo amigo de infância e várias pessoas importantes (para mim), que conheci nesse mundo gamer.
Foto: Acervo pessoal
Inquietudes para 2022
Com a tempestade de emoções e sentimentos resultantes da final, fiquei com alguns questionamentos a serem discutidos e pensados, em conjunto.
O ano de 2021 foi excepcional para o Rainbow Six Siege no Brasil, fomos prestigiados com várias conquistas de títulos!
Tanto que o Prêmio Brasileiro de Esports reconheceu que R6 foi o jogo do ano, e nosso “capitã” garantiu dois prêmios – melhor jogador de Rainbow Six e atleta do ano. Além de apresentar um dos discursos mais fofos e objetivos da noite da premiação.
O que podemos esperar para o cenário feminino em 2022?
Presenciamos a final do BR6 ao vivo e com direito a torcida. Mas, quando haverá um campeonato presencial feminino? Será que contaremos com decisões com público, para acompanharmos o Circuito Feminino?
Fico na espera e expectativa, para que essa ideia ultrapasse o imaginário e se torne real.
Isso seria um marco e uma ação convidativa e acolhedora, para garotas e mulheres. Não somente para elas comparecerem ao evento, mas também para que elas possam se apropriar do mundo de R6.
Na maioria das vezes, acabamos prestigiando com mais frequência o cenário masculino, devido ao maior número de competições, investimentos e lines.
Seria enriquecedor poder prestigiar jogos femininos e encontrar mais meninas e mulheres ocupando espaços, majoritariamente ocupados por meninos e homens.
De maneira geral, agradeço a cada pessoa que se doou em prol do cenário de R6 e que contribuiu para um evento tão grandioso e repleto de potencialidades.
Com certeza, no ano que vem iremos nos deparar com mais novidades.
Karolina Florindo, formada em Psicologia e (quase) gamer. Demasiadamente empática, aprendiz da vida, que ama ler e escrever. Um pouco indecisa? Talvez, mas não consigo afirmar. Contudo, cheia das certezas que irá colaborar para um mundo mais igualitário e diverso.
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